Ter um dom é, muitas vezes, uma maldição. Pois um dom é algo que te exige, que te reclama, que te domina inteira. É algo que você precisa fazer, senão, sei lá! Senão morre.
Eu escrevo porque a vida dói, e atuo porque uma vida me é pouca. Pode haver maldição maior do que isso?
Atuo porque uma vida me é pouca para doer tudo o que dói dentro em mim, e talvez por isso só faça tragédias.
Se o que escrevo e interpreto é triste, trágico, não é porque seja a única coisa que há em mim, mas porque é a única coisa em mim que precisa sair. Escrever faz de mim uma pessoa mais limpa.
Escrevo o que dói como alguém que se desintoxica. É só porque escrevo que me levanto, trabalho, como, rio, converso, convivo com bom humor com as pessoas, com o mundo, comigo. É o que me torna possível. É isso: tem gente que bebe. Tem gente que fuma. Tem gente que cheira, que toma calmante, que frequenta a universal. Tem gente que toma bala, que mente na internet, que coleciona figurinhas, que acompanha novela, que corta os pulsos. Eu? Escrevo.
Um comentário:
oi querida! Tenho andado em BH. Tentando a vida por aqui..rs
Como vão os trabalhos, a vida?
Estou bem. Espero que você tbm. Um bjo
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