sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O QUE EU SINTO DA PERSONAGEM?

· Baixa autoestima, sem autoconfiança.
· Racional. Autocontida. Serena por fora, mas com um turbilhão interior.
· Entre a justiça e a piedade, ela prefere a justiça.
· Pálida, magra, lábios apagados, reta de corpo. Cabelo escorrido, sem volume. Talvez uns primeiros fios prateados, longos. Olhos grandes, um olhar de lince, penetrante, que diz o que sua boca não tem coragem de falar, quando contrariada. "Aguada”, de forma geral. Aparência de um retrato ou de uma pintura: qualquer coisa de irreal, de antigo, de perdido no tempo, de frio...
· Vestido sóbrio, gola alta, cor escura ou esmaecida, poucos enfeites, manga ¾.
· Acho que a Elisa tem sempre a boca meio seca, como seu peito; está sempre umedecendo os lábios, tragando a saliva... Engolindo as palavras que ela não consegue formular, os pensamentos que preferem calar.
· Mãos, muito. Trabalhos manuais, habilidade com elas...
· Me passa sempre a idéia de espiral, de estar no olho do furacão – o mundo gira ao redor e ela está em seu lugar, resoluta no meio do caos. Um olhar que começa pelas beiradas, quando não está obstinada em um de seus poucos momentos de foco.
· Usa um pouco sua condição, sua convalescência.
· Impressionista. Iminência de tempestade, o ar abafado e denso debaixo do céu cinza... O silêncio que precede o primeiro trovão.
· Tem o hobby de montar quebracabeças – passa dias mal saindo deles para dar atenção aos filhos ou ao marido.
· Nunca esquece nada. Tem cada detalhe de tudo o que viveu gravado na memória.
· Cheiros de cânfora e de dama-da-noite.
· Costume de estalar os dedos, devagar.
· Imagem de Nossa Senhora das Graças, as mãos caridosas e complacentes estendidas, o manto azul, a figura longilínea...
· Todos os dias de manhã toma um copo de leite morno com aveia.
· Tem nas janelas vasos e vasos de violetas.

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