sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

PERFIL TRABALHADO EM UM ENSAIO QUALQUER, PERDIDO NO TEMPO...

LOCAL DA CASA: varanda

PARTE DO CORPO: olhar – mãos – estômago – nuca

DIA OU NOITE: noite

OBJETO: caixinha de música, sombrinha, flauta

COR: azul acinzentado, lilás

COMIDA: charuto de repolho, doce de coco, melão

UMA PALAVRA: desconexão – descompasso – impermeabilidade

ANIMAL: girafa. Mas penso que acha as lagartixas levemente familiares...

REFERÊNCIA ARTÍSTICA: cantigas, cirandas. Fado português. Tela “Mulher lendo uma carta”, de Jan Vermeer

CURIOSIDADE: desejo de passar batom

MAIOR MEDO: de que o injusto vença, no final; de que sua moral seja derrotada, se derreta

AÇÃO, DESEJO: sobreviver? Desmascarar Abigail? Ter João de volta, não apenas em corpo, mas também em mente e coração, como antes? E também ela mesma, voltar a ser íntegra, como era?

VERBOS DE AÇÃO EXECUTADOS POR ELA: calar, tocar, olhar, cantarolar, pedir

COMO EU A VEJO: baixa autoestima; pouca (ou nenhuma...) resiliência e permeabilidade; baixa autoconfiança; “alheamento do que na vida é porosidade e comunicação”; descompasso – mundo paralelo, quase à parte, povoado por suas análises da realidade, pelos fantasmas gerados por seus medos e suas frustrações; inflexibilidade; rancor, amargura, secura; quer estabelecer pontes mas não consegue; senso de justiça e moral acima de seu senso de humanidade. Racional. Implacável. Se considera moralmente superior que a média dos habitantes de Salém – nisto incluído João. “Menina” mimada, no sentido de ter sido acostumada a ser posta num altar. Pirracenta. Se faz de vítima. Autocontrolada, contida mesmo. Triste, infeliz. Solitária.

COMO ELA SE VÊ: sem graça. Traída, injustiçada; com o direito de agir como age, com frieza; incompreendida. Digna, boa cristã. Banal, incapaz de despertar amor autêntico.

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